Lan?amento do Livro "Apari??es do fotogr?fico na literatura brasileira" de Sandro Alves Silveira.Lan?amento dia 17 de Mar?o de 2015, ?s 19:00h no Museu Nacional da Rep?blica, em Bras?lia-DF.

16/03/2015 12:00

 

Release livro Aparições



Aparições do fotográfico na literatura brasileira
é um livro que teve seu projeto contemplado com o XII Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia.

A tarefa cumprida neste volume foi de con­tinuar mostrando – após ter iniciado com Achados de Assis: a fotografia em Dom Casmurro –, dentro de obras da literatura brasileira, reflexões so­bre o fotográfico. A fotografia em seus estatutos semiótico, psicológico e social vem sendo tratada por pensadores diversos. O leitor terá acesso aqui a aparições pontuais sobre o fotográfico em alguns lugares da literatura brasileira.

 

A função pretendida deste volume é chamar a atenção para a fortuna teórica relativa ao fotográfico contida na literatura brasileira. Junta­mente com 'Achados de Assis: a fotogra­fia em Dom Casmurro', o presente trabalho de­monstra que é plausível a hipótese de que es­tudiosos das teorias da fotografia possam recorrer à produção literária nacional como fonte de refle­xão, interlocução e pes­quisa para as teorias da fotografia.

 

Em um de seus livros de memórias, Beira mar, Pedro Nava propõe uma iconografia de Mário de Andrade. A certa altura de sua argumentação, enquanto elenca exemplos de pinturas de Mário, ele se detém, rapidamente, na fotografia. A fotografia em suas possibilidades como meio para o retrato:


"No tocante à fotografia, creio que só merecem escolha duas qualidades de documentos: os instantâneos, pelo aspecto quase cinematográfico da imobilização de um relâmpago de movimento e a fotografia de arte onde o fotógrafo se dobra do psicólogo – esperando, para calcar, o minuto em que se lhe abre a fenda proustiana que permite surpreender o momento exato da eternidade psicológica do seu modelo vivo." (Pedro Nava. Beira mar. São Paulo: Ateliê: Giordano, 2003, p. 211.)

 

 

Carlos Drummond de Andrade e Pedro Nava faziam parte de um grupo a que Nava, também em Beira mar, se refere como “aqueles rapazes de Belo Horizonte”. Nava explica que alguns a eles se referiam pejorativamente como “futuristas”, enquanto outros, os indiferentes, os chamavam de “Grupo do Estrela” (tratava-se do Café Estrela, um dos pontos de encontro de jovens artistas e intelectuais da Belo Horizonte da década de vinte do século XX).
É possível, a partir da leitura de Nava, pe­r­­­ceber que sua formação, bem como a de Drum­mond – que a guiou em larga medida, foi tão­ ri­ca e vasta que seria difícil a questão do fo­to­­­­­gráfico não figurar em suas reflexões e cria­ções artísticas. A obra poética de Drummond o­fe­­­rece uma quantidade grande de aparições do foto-gráfico. Ora ele figura ali para um tra­­ta­men­to de temas gerais da modernidade, o­ra para visitar aspectos da decadência da sociedade patriarcal no anacrônico Brasil de iní­cios do século XX. Em outras aparições, o fotográfico serve de figura ao tempo ou à ação do tempo so­bre os seres e as coisas.

 

Trecho do primeiro capítulo:

Em um de seus livros de memórias, Beira mar, Pedro Nava propõe uma iconografia de Mário de Andrade. A certa altura de sua argumentação, enquanto elenca exemplos de pinturas de Mário, ele se detém, rapidamente, na fotografia. A fotografia em suas possibilidades como meio para o retrato:

"No tocante à fotografia, creio que só merecem escolha duas qualidades de documentos: os instantâneos, pelo aspecto quase cinematográfico da imobilização de um relâmpago de movimento e a fotografia de arte onde o fotógrafo se dobra do psicólogo – esperando, para calcar, o minuto em que se lhe abre a fenda proustiana que permite surpreender o momento exato da eternidade psicológica do seu modelo vivo." (Pedro Nava. Beira mar. São Paulo: Ateliê: Giordano, 2003, p. 211.)

Carlos Drummond de Andrade e Pedro Nava faziam parte de um grupo a que Nava, também em Beira mar, se refere como “aqueles rapazes de Belo Horizonte”. Nava explica que alguns a eles se referiam pejorativamente como “futuristas”, enquanto outros, os indiferentes, os chamavam de “Grupo do Estrela” (tratava-se do Café Estrela, um dos pontos de encontro de jovens artistas e intelectuais da Belo Horizonte da década de vinte do século XX).
É possível, a partir da leitura de Nava, pe­r­­­ceber que sua formação, bem como a de Drum­mond – que a guiou em larga medida, foi tão­ ri­ca e vasta que seria difícil a questão do fo­to­­­­­gráfico não figurar em suas reflexões e cria­ções artísticas. A obra poética de Drummond o­fe­­­rece uma quantidade grande de aparições do foto-gráfico. Ora ele figura ali para um tra­­ta­men­to de temas gerais da modernidade, o­ra para visitar aspectos da decadência da sociedade patriarcal no anacrônico Brasil de iní­cios do século XX. Em outras aparições, o fotográfico serve de figura ao tempo ou à ação do tempo so­bre os seres e as coisas.

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